O Comitê Estadual de Prevenção e Controle de Leishmaniose Visceral esteve em Marília nesta quarta-feira (29) para reunião com o prefeito Daniel Alonso, com o secretário municipal da Saúde Ricardo Mustafá e com autoridades em Saúde do município. Devido à escalada da doença sem as devidas providências até 2016, a cidade está entre as 13 monitoradas.
O grupo técnico que acompanha e avalia o enfrentamento à doença no Estado elogiou a execução do plano local elaborado em 2017. A cidade reduziu de dez casos – com uma morte – em 2016, para um caso confirmado neste ano e nenhum óbito.
A leishmaniose visceral é uma doença grave, provocada por bactéria transmitida pela picada do mosquito palha. O inseto se reproduz em matéria orgânica – galhos, folhas secas, fezes, madeira apodrecida – e se alimenta do sangue de cães, que se tornam hospedeiros do parasita.
Durante a reunião, o médico Afonso Viviani Júnior, coordenador de Controle de Doenças do CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo), explicou que o Brasil assinou compromisso com a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) de reduzir em 50% a letalidade e a incidência da Leishmaniose Visceral até 2022.
“Em função disso, o Estado de São Paulo elencou 13 cidades, onde havia crescente transmissão nos anos anteriores e estivemos aqui no início de 2017. Marília fez o plano de enfrentamento e está executando, na nossa avaliação, com significativo êxito”, disse o médico do CVE ao prefeito Daniel Alonso.
A equipe elogiou tanto o tratamento aos pacientes confirmados (diagnóstico precoce, tratamento adequado, letalidade zero), quanto às ações de manejo ambiental (limpeza das áreas prioritárias), inquérito sorológico canino, transparência e divulgação de alertas, além de iniciativas de controle da população de animais.
O prefeito Daniel Alonso atribuiu a melhoria do cenário ao esforço dos servidores. “É feito um trabalho muito sério pelas nossas equipes. Eles vão às escolas, conversam com as crianças, fazem rescaldo do inquérito canino aos sábados, enfim, é um trabalho de qualidade”, declarou o chefe do Executivo.
O secretário municipal da Saúde afirmou que transparência e parceria são as palavras-chave para o combate a doença. “Temos muito a agradecer a população e às instituições de Marília por esse resultado, que esperamos melhorar ainda mais”, afirmou Mustafá.
Como sugestão, o Comitê Estadual de Prevenção e Controle de Leishmaniose Visceral recomendou que a cidade fortaleça, ainda mais, a transversalidade do tema, ou seja, a contenção da doença precisa se trabalhada não apenas como questão de saúde, mas de meio ambiente, educação, cidadania, assistência social, entre outros setores da sociedade.
Casos confirmados de Leishmaniose Visceral
(LPI – Local Provável de Infecção – e ano de notificação)
Estado de São Paulo, 2014 a 2019
Marília
2014 | 2015 | 2016 | 2017 | 2018 | 2019* | ||||||
Casos | Óbitos | Casos | Óbitos | Casos | Óbitos | Casos | Óbitos | Casos | Óbitos | Casos | Óbitos |
02 | 01 | 02 | – | 10 | 01 | 16 | – | 04 | – | 01 | – |
Fonte: Sinan Net – (Sistema de Informação de Agravos de Notificação)
*Atualizado em 10/04/2019
Fotos: Mauro Abreu
Fonte:Prefeitura de Marília